Segunda temporada de 'Filhos da Pátria' tem paneladas, 'mamata' e bordões da política atual. Se antes as emoções do casal Geraldo (Alexandre Nero) e Maria Teresa (Fernanda Torres), e seus filhos, Geraldinho (Johnny Massaro) e Catarina (Lara Tremouroux), eram ambientadas no Brasil de 1822, quando o país recém havia conquistado a independência, a nova fase do seriado se passa em 1930, quando um sentimento de esperança dita o tom da história. A chegada e a difusão do rádio, a industrialização e a revolução política capitaneada por Getúlio Vargas permeiam a história.
Em casa, as preocupações são bem diferentes. Após ter se firmado como um funcionário público sem expressão do Palácio do Catete, Geraldo sente que o sistema muda com a revolução de Vargas, obrigando-o a abandonar princípios éticos para se manter no trabalho. Essa postura vai de encontro à atitude de sua mulher Maria Teresa, deslumbrada com os militares gaúchos, que vira uma admiradora fanática das mudanças no país. Até o chimarrão adota em casa para enaltecer o novo presidente.
Mesmo se passando em 1930, a grande sacada de Filhos da Pátria é se apropriar de elementos do século XXI. Frases de políticos, como de Jair Bolsonaro e Damares Alves ("Meninos usam azul, meninas usam rosa"), pintam discretamente entre uma cena e outra, encaixando-se exatamente com o contexto da série. A afinação do elenco segue como uma sustentação para a história de Mazzeo, com destaque para Fernanda Torres, vivendo uma mulher caricata com o sonho de pertencer à classe alta.