Entre 1965 e 1968, Elis Regina e Jair Rodrigues comandaram “O Fino da Bossa”, na Record. Junto com os festivais da canção, o programa ajudou a definir o que seria a MPB (uma sigla para música popular brasileira que até então não era utilizada). Todas as semanas e quase sempre ao vivo, Jair e Elis recebiam grandes nomes da cena musical. Veteranos e novatos se encontravam no palco do Teatro Paramount, em São Paulo, e o que se passava ali ganhava enorme audiência e repercussão. Quase não existem registros visuais do programa, que marcou a TV brasileira. Muitos episódios sequer foram gravados. Outros tiveram as fitas destruídas nos incêndios que atingiram a Record no final dos anos 1960 ou apagadas: elas custavam tão caro que, muitas vezes, eram reutilizadas. Mas boa parte do áudio chegou aos nossos dias, graças aos esforços do pesquisador Zuza Homem de Mello.
A memória também sobreviveu. Tanto que, quando a Record realizou uma pesquisa interna pedindo sugestões para comemorar os 65 anos da emissora, completados em 2018, venceu a ideia de Alexandre Sousa, do departamento de chamadas: reviver “O Fino da Bossa” com alguns dos artistas mais significativos da atualidade.
Nessa nova edição comemorativa há nomes como Alcione, Diogo Nogueira, o rapper Projota e Paula Fernandes, vindos de extremos opostos da MPB e que dificilmente se cruzariam em outra situação. Há, ainda, a dupla de apresentadores: Pedro Mariano, filho de Elis, e Luciana Mello, filha de Jair.