Roberto

É bastante fácil entender porque é o filme favorito de tanta gente, inclusive atores de Hollywood. Afinal, é muito mais sobre como se contar uma história do que sobre a história em si: é um filme que se constrói lentamente, como um caldo ou molho que leva tempo para apurar. Passamos o filme inteiro curiosos e até angustiados imaginando o que realmente aconteceu entre Travis e Jane para que essa história se revele apenas ao fim, num diálogo intenso, magicamente ilustrado por um jogo de reflexos e transparências.

Como cresci assistindo partidas de tênis e sou fã do David Foster Wallace, já sabia que o filme tinha potencial para me cativar. Ele podia ser um pouco mais curto, sem dúvida, mas tudo o que é proposto no início do filme é cumprido no final.

Mais um filme que assisti com amigos, focado nessa espécie que chamamos de horror antropológico, cheio de referências culturais que extrapolam o praticamente clichê do exorcismo católico que crescemos vendo nos cinemas.

Vi ontem à noite, gostei bastante e pretendo rever alguns trechos que o avançar da hora e o cansaço acumulado da semana não me deixaram compreender totalmente. É um filme um pouco mais longo do que os outros nessa linha, bastante complexo (até por isso dividido em capítulos, como o inspirador "The Medium"), mas muito bem produzido, rico em detalhes e em personagens.