Bastante escorado em estereótipos do gênero e com um primeiro ato cansativo, o filme passa a acertar quando foca nos combates aéreos, que são bem feitos para a época e entregam sequências de ação empolgantes. Não há muito brilho no elenco em si, e o romance, mesmo tendo existido, é um tanto maçante de se acompanhar, quebrando muito o ritmo em vários momentos e só se tornando interessante quando acaba se tornando parte da própria guerra. Os personagens mereciam até mais desenvolvimento também.
Daqueles casos de trailer péssimo e filme surpreendente. Todas as cenas do trailer são bem encaixadas na trama. Não cabe comparar com Estrada da Fúria, porque a própria atmosfera construída, visível pela fotografia, é bastante diferente, com cores muito mais saturadas e um uso de paletas mais amplo, assim como os efeitos práticos dão lugar ao uso constante de CGI, que mesmo com deslizes funciona bem. É um filme de ação estrondoso, com cenas de tirar o fôlego extremamente inventivas (as ideias que pipocam durante a cena do primeiro ataque ao comboio de Pretorian Jack são surreais) e um ritmo, auxiliado pela edição certeira, que sabe inserir tensão, desenvolvimento e ação nos momentos certos. A construção da história não segue caminhos óbvios, conseguindo guardar surpresas durante toda a projeção e linkar com a Furiosa que conhecemos no filme anterior. Any Taylor-Joy exerceu muito bem seu papel, assim como Alyla Browne, que consegue impressionar ainda mais, mas o destaque é o Dementus de Chris Hemsworth, não sabia que ele podia atuar e tão bem. Um vilão carismático, cruel e inconsequente que é impossível odiar, mas também impossível de defender. George Miller ainda tem muita bala na agulha, e agora só fico curioso para saber o que vem pela frente em The Wasteland.
A experiência acaba por ser maçante e monocromática, de forma que parece que há somente tristezas e agruras na vida da família de Tietou. A história da China serve como pano de fundo, e o filme segue uma estruturação que busca ampliar os sofrimentos daquela família, mas baseada na visão do garoto. Nesse sentido, algumas cenas sem sua presença fogem dessa construção, o que deixam a sensação de incompletude, já que não se é unicamente a história de Tietou, mas também não é a de sua família ou da China. Preferia que o filme se mantivesse somente sob o olhar da criança, pois garantiria uma força da experiência política não consciente e o entendimento do mundo ao seu redor. Algo no filme (talvez as atuações, talvez o roteiro) não consegue passar a carga dramática de forma eficiente, a não ser nas cenas finais, e a alegoria com a pipa azul é tão escancarada que perde forças quando chega o último frame.
O elenco com nomes de peso, a direção de arte e os figurinos é o que fazem eu não dar uma nota menor, porque esse é o tipo de filme que só funciona minimamente (e olhe lá) se não tiver nenhuma noção de quem são Os Três Mosqueteiros. O que fizeram com D'Artagnan aqui é cruel. DiCaprio até tenta, mas nem tem muito em que se agarrar com esse roteiro sofrível. A trilha sonora é tão genérica que irrita, e as cenas de ação, que são algumas das melhores partes, pecam pelo sangue, que era melhor nem ter se era pra mostrar de forma tão mal feita. Dava pra ser melhor.
Comédia romântica padrão da Sessão da Tarde dos anos 2000. O foco é menos no romance do que na família da protagonista, então, apesar da boa química do casal, não dá pra se apegar muito no romance deles, que é construído de forma muito rápida. As interações com a família são em maioria divertidas, mas tem alguns momentos que até irritam. Boa diversão.
Demora bastante pra acontecer algo digno de nota, mas a partir do momento em que a aranha alienígena começa a trabalhar, o filme dá uma boa melhorada. Os efeitos ficaram bons e as cenas dos ataques bem legais. Filme simples e de realização eficiente.
Surpreendeu. Tem muita piada com cocô e sexo, mas aqui funcionam por serem cachorros. As piadas com o gênero, principalmente com o cachorro narrador, são excelentes. O melhor é que desenvolve muito bem a mensagem sobre relacionamentos abusivos sem deixar de ser engraçado.
A história em si poderia render um filme de primeira, mas o resultado desse aqui é maçante. Guy Ritchie larga mão de tentar entregar um filme de ação histórico para fazer um genérico com brucutus intocáveis que não têm dificuldade nenhuma para realizar seus planos. Se torna só mais um filme de criminosos, no qual a Segunda Guerra parece ser só um detalhe quase que esquecido pela trama. A trilha também pouco encaixa. Filme sem alma.
Um espetáculo em todos os sentidos. Tudo é megalomaníaco, exagerado e além da realidade, e na verdade é isso que deixa tudo melhor. Heróis indianos lutando contra a dominação britânica é um verdadeiro deleite. O drama acerta, as danças são maravilhosas, as músicas são ótimas, a fotografia e a direção de arte são deslumbrantes, as cenas de luta são incríveis e os atores encarnam com exatidão seus personagens. 3 horas que passam voando e uma versão da história da Índia que resgata o espírito de resistência e expurga o cruel passado colonial.
Vendo uma segunda vez, fica curiosamente melhor. Talvez a ideia do filme fique mais clara, pois se da primeira vez esperava algo mais na linha do que foi visto em A Babá, nesse é uma outra pegada, bem mais infantil e até bobo. Essa sequência de bobagens e o carisma.a dos atores mirins diverte muito, no fim das contas. Bom para passar uma tarde vendo algo que não precise pensar muito.
É um filme forte e direto na crítica que quer fazer aos caminhos da polarização política e aos riscos e excessos quase obsessivos do trabalho jornalístico. Alguns pontos incomodam um pouco, como a aparição de alguns personagens que só atendem a objetivos bem específicos no momento necessário, a quase unidimensionalidade dos personagens principais, que são poucos aprofundados, e algumas atitudes dos personagens que não se encaixam muito bem na construção da trama, mas tem momentos memoráveis, principalmente na cena com Jesse Plemons, na cena do campo de golfe e na potente cena final. Kirsten Dunst e Wagner Moura estão atuando pra caralho e o trabalho de som do filme é soberbo. As cenas de ação que Garland entrega também são incríveis, especialmente o confronto no terceiro ato em Washington.
Depois de anos decidi rever pensando que ia gostar menos, mas o efeito foi contrário. Impressionante ele conseguir refazer os moldes do que apresentou em Borat aqui e quase ninguém notar que era ele por causa de uma peruca. As cenas da atuação em Medium, do terno de velcro, da apresentação do piloto ao público-teste, do programa de TV sobre ser pai solo e da luta no final ficam ainda melhores quando se sabe o contexto por trás, em que quase todos os presentes não fazem ideia do verdadeiro objetivo. Sacha Baron Cohen desafiou a morte em vários momentos aqui, e essa ousadia é o tipo de respiro do humor que faz falta, ao mesmo tempo em que usa dos estereótipos mais exagerados para esfregar na cara dos preconceituosos o que eles mais odeiam. Muito engraçado.
Tem oscilações de ritmo, demora um pouco pra explicar suas razões, mas é um filme lindo esteticamente, com uma fotografia e uma direção ótimas (as cenas dos rituais são um show à parte) e uma caracterização estupenda daquele ser lá que quem assistiu sabe. A força maior do filme, além da fidelidade em representar os rituais e a cultura espiritual coreana, é o pano de fundo político, sobre os traumas nacionais da dominação da Coreia pelo Japão, e um belo recado final: mesmo que tentem destrui-los, eles permanecerão ali e vivendo. Não é sobre enterrar o passado, mas exumá-lo.
Cinema de gênio. Haneke sabe como atingir o objetivo enveredando por um gênero sem cair nas convenções dele. Constrói um dos filmes mais pesados de home invasion sem apelar ao torture porn e sabe como deixar a tensão à flor da pele ao não dar qualquer motivação aos seus assassinos, que são tão conscientes do que fazem que tornam o espectador um cúmplice (as quebras de quarta parede são geniais). O elenco está perfeito e a forma como tudo é revoltante e sem saída deixa ainda mais sufocante toda a situação. A apatia do pai, a confusão do filho, a resistência da mãe e o sadismo dos psicopatas são tão bem representados que se tornam uma referência para filmes que viriam depois, e no fim é menos sobre a experiência da violência do que sobre fazer nos confrontar com a nossa necessidade de consumir violência, como se a ficção e a realidade fossem coisas totalmente distintas. Incrível.
O melhor filme da equipe. Fassbender domina fácil aqui. A cena de Mercúrio, os confrontos contra os sentinelas no futuro e Magneto levando o estádio até a Casa Branca estão facilmente entre os melhores momentos de toda a franquia.
Ver depois da adolescência com um parâmetro melhor de continuidade deixa claro o quanto esse filme é uma grande bagunça. Deixando de lado qualquer diferença (que são inúmeras) entre filme e quadrinhos, já que são duas linguagens diferentes, o que mais incomoda é a forma como coisas estabelecidas pela saga são deixadas de lado ou modificadas ao bel-prazer do roteiro. Brett Ratner na direção é medíocre, não dá pra perdoar o estrago que Bryan Singer fez saindo e levando todo mundo junto, até o Marsden (o que justifica lacunas gigantes na trama). Realmente só Magneto se salva e com ressalvas, porque Ian McKellen faz milagre com as porcarias que tem em mãos e ainda é responsável pela única cena realmente boa do filme, que é a da ponte. Pra onde foram os 210 milhões de dólares que esse filme custou? A inutilidade de personagens como Anjo e dois vilões que sequer lembro os nomes (a camaleoa e o dos espinhos) é de doer, e a mudança de personalidade do Xavier, do Magneto, do Wolverine e da Tempestade a todo momento - ou no filme todo - são desrespeitosas com os fãs. Mas talvez a pior coisa seja mesmo como a Jean Grey é jogada no bolo e usada nos momentos em que não tem nada pra acontecer. Ah, e o Juggernaut também é ridículo. Vale para ver umas cenas de ação divertidinhas, ver o Ian McKellen mostrando que é dono do Magneto mesmo e alguns raros bons momentos, porque o saldo final é desastroso, ainda mais levando em conta ser a conclusão de uma trilogia.
No início, tem algo de promissor, intrigante, misterioso, que te faz querer saber aonde tudo aquilo vai levar, mas é desenvolvido de forma tão clichê, cheio de furos e com umas decisões narrativas idiotas que a experiência só vai piorando à medida que o tempo passa, e o final é simplesmente a cereja do bolo de desgraças, uma invencionice que faz tudo aquilo visto nos 80 minutos anteriores não ter o mínimo sentido de ter ocorrido. Mesmo sem esperar nada, conseguiu ser decepcionante.
Um filme que se tornou clássico no Brasil e que retrata a juventude perdida da década de 70 na Alemanha Ocidental. Natja estreia no cinema fazendo uma atuação marcante e poderosa. A trilha sonora e a participação de David Bowie tornam o filme ainda melhor. Difícil não ficar impressionado com as cenas do casal tentando se livrar das drogas e do início da prostituição de Christiane. Uma obra que alerta aos riscos não só das drogas, mas da negligência parental.
Um filme divertido e honesto sobre o que se passa com uma mulher que sofre de uma gravidez indesejada, sem meias palavras. O recurso das animações surgindo no mundo real colaboram muito com a narrativa e a dinâmica do filme, e o final é inesperadamente coerente, trazendo uma veia dramática poderosa. Boa surpresa.
Rever depois de anos, e de ter visto muitas vezes na infância e adolescência, é constatar que realmente esse é com folga o melhor filme da trilogia original e um dos melhores dos mutantes nos cinemas (top 3 ou 4). A cena de abertura com Noturno é ainda a melhor da saga, e temos muitos momentos marcantes, como a invasão da Mansão X, o embate entre Wolverine e Lady Letal, Pyro contra os policiais e a imbatível fuga de Magneto da prisão de plástico. A história é bem construída, mesmo com algumas besteirinhas, mas ela se constrói de forma coerente e tem uma conclusão impactante. Uma pena que no filme seguinte muito do que foi inserido aqui tenha sido descartado ou mal desenvolvido. É digno de nota ressaltar o quanto Halle Berry e Famke Janssen estavam maravilhosas.
O mérito é ser superior ao primeiro, o que na verdade não é mérito algum. Consegue ser o segundo pior filme de Zack Snyder só porque o primeiro fica no topo. Mantém os mesmos problemas do primeiro filme, que já listei em comentário no outro filme, mas se "salva" por ter menos tempo pra falação e mais pra ação, o que faz ser menos necessário ouvir os diálogos sofríveis. Não dá pra acreditar que isso teve três roteiristas e ainda vai virar franquia.
Um retrato da verdadeira alma americana. Se a convivência em sociedade é cada dia mais complicada, empatia e gentileza são elementos escassos e a alienação cultural atingiu níveis degradantes, por outro o senso de superioridade dos "fora da curva" pode descambar para outro extremo, como foi com Frank e Roxy. No fim de tudo, entre a banalização da violência no discurso, no entretenimento e no cotidiano, isso pode chegar a se tornar a principal ferramenta de expressão daqueles que estão extremamente frustrados. Apesar de algumas falhas na forma como se constrói e de se tornar um exemplo do que tenta criticar, God Bless America atrai e diverte com seus exageros, sua realidade paralela em que uma série de assassinatos amadores não chama atenção das autoridades e com sua amoralidade, em que não há certo e errado e nos faz nos confrontar com uma série de atitudes que desejamos ter. Um roadie movie à base de muitos tiros que tem sua maior força em seus dois protagonistas.
Um dos clássicos mais divertidos da Disney. Um show de cores e som, que apesar de ser um filme sem tantas cenas musicais, sabe usar muito bem as músicas que possui. A interação entre Pinóquio e o Grilo Falante melhora a experiência.
Flyboys
3.5 161 Assista AgoraBastante escorado em estereótipos do gênero e com um primeiro ato cansativo, o filme passa a acertar quando foca nos combates aéreos, que são bem feitos para a época e entregam sequências de ação empolgantes. Não há muito brilho no elenco em si, e o romance, mesmo tendo existido, é um tanto maçante de se acompanhar, quebrando muito o ritmo em vários momentos e só se tornando interessante quando acaba se tornando parte da própria guerra. Os personagens mereciam até mais desenvolvimento também.
Furiosa: Uma Saga Mad Max
3.9 201Daqueles casos de trailer péssimo e filme surpreendente. Todas as cenas do trailer são bem encaixadas na trama. Não cabe comparar com Estrada da Fúria, porque a própria atmosfera construída, visível pela fotografia, é bastante diferente, com cores muito mais saturadas e um uso de paletas mais amplo, assim como os efeitos práticos dão lugar ao uso constante de CGI, que mesmo com deslizes funciona bem. É um filme de ação estrondoso, com cenas de tirar o fôlego extremamente inventivas (as ideias que pipocam durante a cena do primeiro ataque ao comboio de Pretorian Jack são surreais) e um ritmo, auxiliado pela edição certeira, que sabe inserir tensão, desenvolvimento e ação nos momentos certos. A construção da história não segue caminhos óbvios, conseguindo guardar surpresas durante toda a projeção e linkar com a Furiosa que conhecemos no filme anterior. Any Taylor-Joy exerceu muito bem seu papel, assim como Alyla Browne, que consegue impressionar ainda mais, mas o destaque é o Dementus de Chris Hemsworth, não sabia que ele podia atuar e tão bem. Um vilão carismático, cruel e inconsequente que é impossível odiar, mas também impossível de defender. George Miller ainda tem muita bala na agulha, e agora só fico curioso para saber o que vem pela frente em The Wasteland.
Achei muito legal a breve aparição de Max.
O Sonho Azul
3.7 17A experiência acaba por ser maçante e monocromática, de forma que parece que há somente tristezas e agruras na vida da família de Tietou. A história da China serve como pano de fundo, e o filme segue uma estruturação que busca ampliar os sofrimentos daquela família, mas baseada na visão do garoto. Nesse sentido, algumas cenas sem sua presença fogem dessa construção, o que deixam a sensação de incompletude, já que não se é unicamente a história de Tietou, mas também não é a de sua família ou da China. Preferia que o filme se mantivesse somente sob o olhar da criança, pois garantiria uma força da experiência política não consciente e o entendimento do mundo ao seu redor. Algo no filme (talvez as atuações, talvez o roteiro) não consegue passar a carga dramática de forma eficiente, a não ser nas cenas finais, e a alegoria com a pipa azul é tão escancarada que perde forças quando chega o último frame.
O Homem da Máscara de Ferro
3.5 498 Assista AgoraO elenco com nomes de peso, a direção de arte e os figurinos é o que fazem eu não dar uma nota menor, porque esse é o tipo de filme que só funciona minimamente (e olhe lá) se não tiver nenhuma noção de quem são Os Três Mosqueteiros. O que fizeram com D'Artagnan aqui é cruel. DiCaprio até tenta, mas nem tem muito em que se agarrar com esse roteiro sofrível. A trilha sonora é tão genérica que irrita, e as cenas de ação, que são algumas das melhores partes, pecam pelo sangue, que era melhor nem ter se era pra mostrar de forma tão mal feita. Dava pra ser melhor.
Casamento Grego
3.1 440 Assista AgoraComédia romântica padrão da Sessão da Tarde dos anos 2000. O foco é menos no romance do que na família da protagonista, então, apesar da boa química do casal, não dá pra se apegar muito no romance deles, que é construído de forma muito rápida. As interações com a família são em maioria divertidas, mas tem alguns momentos que até irritam. Boa diversão.
Sting: Aranha Assassina
2.6 31Demora bastante pra acontecer algo digno de nota, mas a partir do momento em que a aranha alienígena começa a trabalhar, o filme dá uma boa melhorada. Os efeitos ficaram bons e as cenas dos ataques bem legais. Filme simples e de realização eficiente.
Ruim Pra Cachorro
3.2 70Surpreendeu. Tem muita piada com cocô e sexo, mas aqui funcionam por serem cachorros. As piadas com o gênero, principalmente com o cachorro narrador, são excelentes. O melhor é que desenvolve muito bem a mensagem sobre relacionamentos abusivos sem deixar de ser engraçado.
The Ministry of Ungentlemanly Warfare
3.1 23A história em si poderia render um filme de primeira, mas o resultado desse aqui é maçante. Guy Ritchie larga mão de tentar entregar um filme de ação histórico para fazer um genérico com brucutus intocáveis que não têm dificuldade nenhuma para realizar seus planos. Se torna só mais um filme de criminosos, no qual a Segunda Guerra parece ser só um detalhe quase que esquecido pela trama. A trilha também pouco encaixa. Filme sem alma.
RRR: Revolta, Rebelião, Revolução
4.1 324 Assista AgoraUm espetáculo em todos os sentidos. Tudo é megalomaníaco, exagerado e além da realidade, e na verdade é isso que deixa tudo melhor. Heróis indianos lutando contra a dominação britânica é um verdadeiro deleite. O drama acerta, as danças são maravilhosas, as músicas são ótimas, a fotografia e a direção de arte são deslumbrantes, as cenas de luta são incríveis e os atores encarnam com exatidão seus personagens. 3 horas que passam voando e uma versão da história da Índia que resgata o espírito de resistência e expurga o cruel passado colonial.
Fim do Mundo
2.5 204Vendo uma segunda vez, fica curiosamente melhor. Talvez a ideia do filme fique mais clara, pois se da primeira vez esperava algo mais na linha do que foi visto em A Babá, nesse é uma outra pegada, bem mais infantil e até bobo. Essa sequência de bobagens e o carisma.a dos atores mirins diverte muito, no fim das contas. Bom para passar uma tarde vendo algo que não precise pensar muito.
Guerra Civil
3.7 300É um filme forte e direto na crítica que quer fazer aos caminhos da polarização política e aos riscos e excessos quase obsessivos do trabalho jornalístico. Alguns pontos incomodam um pouco, como a aparição de alguns personagens que só atendem a objetivos bem específicos no momento necessário, a quase unidimensionalidade dos personagens principais, que são poucos aprofundados, e algumas atitudes dos personagens que não se encaixam muito bem na construção da trama, mas tem momentos memoráveis, principalmente na cena com Jesse Plemons, na cena do campo de golfe e na potente cena final. Kirsten Dunst e Wagner Moura estão atuando pra caralho e o trabalho de som do filme é soberbo. As cenas de ação que Garland entrega também são incríveis, especialmente o confronto no terceiro ato em Washington.
Brüno
2.6 1,2K Assista AgoraDepois de anos decidi rever pensando que ia gostar menos, mas o efeito foi contrário. Impressionante ele conseguir refazer os moldes do que apresentou em Borat aqui e quase ninguém notar que era ele por causa de uma peruca. As cenas da atuação em Medium, do terno de velcro, da apresentação do piloto ao público-teste, do programa de TV sobre ser pai solo e da luta no final ficam ainda melhores quando se sabe o contexto por trás, em que quase todos os presentes não fazem ideia do verdadeiro objetivo. Sacha Baron Cohen desafiou a morte em vários momentos aqui, e essa ousadia é o tipo de respiro do humor que faz falta, ao mesmo tempo em que usa dos estereótipos mais exagerados para esfregar na cara dos preconceituosos o que eles mais odeiam. Muito engraçado.
Exhuma
3.5 42Tem oscilações de ritmo, demora um pouco pra explicar suas razões, mas é um filme lindo esteticamente, com uma fotografia e uma direção ótimas (as cenas dos rituais são um show à parte) e uma caracterização estupenda daquele ser lá que quem assistiu sabe. A força maior do filme, além da fidelidade em representar os rituais e a cultura espiritual coreana, é o pano de fundo político, sobre os traumas nacionais da dominação da Coreia pelo Japão, e um belo recado final: mesmo que tentem destrui-los, eles permanecerão ali e vivendo. Não é sobre enterrar o passado, mas exumá-lo.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraCinema de gênio. Haneke sabe como atingir o objetivo enveredando por um gênero sem cair nas convenções dele. Constrói um dos filmes mais pesados de home invasion sem apelar ao torture porn e sabe como deixar a tensão à flor da pele ao não dar qualquer motivação aos seus assassinos, que são tão conscientes do que fazem que tornam o espectador um cúmplice (as quebras de quarta parede são geniais). O elenco está perfeito e a forma como tudo é revoltante e sem saída deixa ainda mais sufocante toda a situação. A apatia do pai, a confusão do filho, a resistência da mãe e o sadismo dos psicopatas são tão bem representados que se tornam uma referência para filmes que viriam depois, e no fim é menos sobre a experiência da violência do que sobre fazer nos confrontar com a nossa necessidade de consumir violência, como se a ficção e a realidade fossem coisas totalmente distintas. Incrível.
Godzilla e Kong: O Novo Império
3.1 187 Assista AgoraEntretenimento puro e simples, CGI no talo, pancadaria de monstro solta e só. Não queria mais que isso.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraO melhor filme da equipe. Fassbender domina fácil aqui. A cena de Mercúrio, os confrontos contra os sentinelas no futuro e Magneto levando o estádio até a Casa Branca estão facilmente entre os melhores momentos de toda a franquia.
X-Men: O Confronto Final
3.3 1,0K Assista AgoraVer depois da adolescência com um parâmetro melhor de continuidade deixa claro o quanto esse filme é uma grande bagunça. Deixando de lado qualquer diferença (que são inúmeras) entre filme e quadrinhos, já que são duas linguagens diferentes, o que mais incomoda é a forma como coisas estabelecidas pela saga são deixadas de lado ou modificadas ao bel-prazer do roteiro. Brett Ratner na direção é medíocre, não dá pra perdoar o estrago que Bryan Singer fez saindo e levando todo mundo junto, até o Marsden (o que justifica lacunas gigantes na trama). Realmente só Magneto se salva e com ressalvas, porque Ian McKellen faz milagre com as porcarias que tem em mãos e ainda é responsável pela única cena realmente boa do filme, que é a da ponte. Pra onde foram os 210 milhões de dólares que esse filme custou? A inutilidade de personagens como Anjo e dois vilões que sequer lembro os nomes (a camaleoa e o dos espinhos) é de doer, e a mudança de personalidade do Xavier, do Magneto, do Wolverine e da Tempestade a todo momento - ou no filme todo - são desrespeitosas com os fãs. Mas talvez a pior coisa seja mesmo como a Jean Grey é jogada no bolo e usada nos momentos em que não tem nada pra acontecer. Ah, e o Juggernaut também é ridículo. Vale para ver umas cenas de ação divertidinhas, ver o Ian McKellen mostrando que é dono do Magneto mesmo e alguns raros bons momentos, porque o saldo final é desastroso, ainda mais levando em conta ser a conclusão de uma trilogia.
Exame
3.3 245No início, tem algo de promissor, intrigante, misterioso, que te faz querer saber aonde tudo aquilo vai levar, mas é desenvolvido de forma tão clichê, cheio de furos e com umas decisões narrativas idiotas que a experiência só vai piorando à medida que o tempo passa, e o final é simplesmente a cereja do bolo de desgraças, uma invencionice que faz tudo aquilo visto nos 80 minutos anteriores não ter o mínimo sentido de ter ocorrido. Mesmo sem esperar nada, conseguiu ser decepcionante.
Eu, Christiane F.,13 Anos, Drogada e Prostituída
3.6 1,2K Assista AgoraUm filme que se tornou clássico no Brasil e que retrata a juventude perdida da década de 70 na Alemanha Ocidental. Natja estreia no cinema fazendo uma atuação marcante e poderosa. A trilha sonora e a participação de David Bowie tornam o filme ainda melhor. Difícil não ficar impressionado com as cenas do casal tentando se livrar das drogas e do início da prostituição de Christiane. Uma obra que alerta aos riscos não só das drogas, mas da negligência parental.
Ninjababy
3.9 13Um filme divertido e honesto sobre o que se passa com uma mulher que sofre de uma gravidez indesejada, sem meias palavras. O recurso das animações surgindo no mundo real colaboram muito com a narrativa e a dinâmica do filme, e o final é inesperadamente coerente, trazendo uma veia dramática poderosa. Boa surpresa.
X-Men 2
3.5 784 Assista AgoraRever depois de anos, e de ter visto muitas vezes na infância e adolescência, é constatar que realmente esse é com folga o melhor filme da trilogia original e um dos melhores dos mutantes nos cinemas (top 3 ou 4). A cena de abertura com Noturno é ainda a melhor da saga, e temos muitos momentos marcantes, como a invasão da Mansão X, o embate entre Wolverine e Lady Letal, Pyro contra os policiais e a imbatível fuga de Magneto da prisão de plástico. A história é bem construída, mesmo com algumas besteirinhas, mas ela se constrói de forma coerente e tem uma conclusão impactante. Uma pena que no filme seguinte muito do que foi inserido aqui tenha sido descartado ou mal desenvolvido. É digno de nota ressaltar o quanto Halle Berry e Famke Janssen estavam maravilhosas.
Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
2.6 118 Assista AgoraO mérito é ser superior ao primeiro, o que na verdade não é mérito algum. Consegue ser o segundo pior filme de Zack Snyder só porque o primeiro fica no topo. Mantém os mesmos problemas do primeiro filme, que já listei em comentário no outro filme, mas se "salva" por ter menos tempo pra falação e mais pra ação, o que faz ser menos necessário ouvir os diálogos sofríveis. Não dá pra acreditar que isso teve três roteiristas e ainda vai virar franquia.
Deus Abençoe a América
4.0 798Um retrato da verdadeira alma americana. Se a convivência em sociedade é cada dia mais complicada, empatia e gentileza são elementos escassos e a alienação cultural atingiu níveis degradantes, por outro o senso de superioridade dos "fora da curva" pode descambar para outro extremo, como foi com Frank e Roxy. No fim de tudo, entre a banalização da violência no discurso, no entretenimento e no cotidiano, isso pode chegar a se tornar a principal ferramenta de expressão daqueles que estão extremamente frustrados. Apesar de algumas falhas na forma como se constrói e de se tornar um exemplo do que tenta criticar, God Bless America atrai e diverte com seus exageros, sua realidade paralela em que uma série de assassinatos amadores não chama atenção das autoridades e com sua amoralidade, em que não há certo e errado e nos faz nos confrontar com uma série de atitudes que desejamos ter. Um roadie movie à base de muitos tiros que tem sua maior força em seus dois protagonistas.
Pinóquio
3.6 424 Assista AgoraUm dos clássicos mais divertidos da Disney. Um show de cores e som, que apesar de ser um filme sem tantas cenas musicais, sabe usar muito bem as músicas que possui. A interação entre Pinóquio e o Grilo Falante melhora a experiência.